"Na estrada ponho meu corpo a ventos.
Aves me reconhecem pelo andar."
Manoel de Barros
foi na véspera de junho
era tarde, era frio.
Olhei pra rua e não vi.
Não estava cego
e não via chão
só via céu
só via entulhos
de pássaro.
Só via certa margem.
Era a impossibilidade de rio?
Não podia carregar.
Não brotei em folhas.
Era vento em mim.
Pássaro em.
Obscurava no inverno.
Havia me tornado árvore.
Colher esta maçã
ResponderExcluirNão como quem arranca
Mas como quem estende
a mão em súplica
e convida à dança
Morder esta fruta
Não para alimentar o corpo
Mas para saciar a boca
a sede de pecado
a fome
de ti